quarta-feira, 18 de abril de 2012

"Mary, Mary, why ya buggin?
Mary, Mary, i need ya huggin"
Samba morena que a pele ardente
Samba morena que a carne é quente
E o batuque quer te levar

Samba mulata que é cheia de graça
Samba mulata que eu bebi cachaça
E quero ver você balançar

Samba que a noite é uma criança
E morena, se você não dança
O frio que castiga vai me matar
Se o cabelo serve
Pra enfeitar a cabeça
Cada um enfeita
Como achar melhor

Prefiro meu dreadlock
Do que ser escrava de um salão
Agende logo um retoque
Na pintura e no reboque
E pague tudo com o cartão
Correr descalço no mato
Atirar pedras no lago
Sem se preocupar

Encontrar a palavra que rima
Sentado no pé de laranja lima
Vendo a tarde passar

Nuvens de algodão rosa
Brisa de abril as sopra
Pros meus sonhos colorir

Ao som da viola empenada
Que toco sentada na calçada
E o sabiá que mora por ali


Quero viver sem pressa
Sem nada que me estresse
Longe daqui

Não quero mais essa sentença
Viver sem desavenças
No lugar onde escolhi

Foda-se o dinheiro e reputação
Me esquivo desse sistema cão
Foi por isso que nasci

Como quem quer largar o vicio
De fazer drama e ter depressão
Mais comum que leite e pão

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Depois das trevas vem a clareza,
A não ser que você se esqueça,
De abrir as cortinas
Era tudo tão leve como uma tarde de sexta-feira
A menina sorria sentada a beira,
Do rio que corre e molha o Jatobá
Calem-se todos quando o curiango for cantar

Flores de Marantas e calatheas
Enfeitam os cabelos da india santa
Que sempre se espanta
Ao ver o homem de lá

Pobre do mundo quando isso se for
Quando essa beleza se transformar em dor
As estrelas não mais vao brilhar
Apenas postes e fumaça para ofuscar